sexta-feira, 18 de abril de 2008

O MISTÉRIO DAS COISAS

O mistério das coisas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece ao menos para mostrar-nos que não é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as coisas e penso no que os homens pensam delas, rio como um regato que soa fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das coisas é elas não terem sentido oculto nenhum, é mais estranho do que todas as estranhezas, do que os sonhos de todos os poetas e os pensamentos de todos os filósofos, que as coisas sejam o que realmente parecem ser e não haja nada que compreender.
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:
As coisas não têm significação, têm existência.
As coisas são o único sentido oculto das coisas!

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