domingo, 1 de junho de 2008

APOCALIPSE NOW

O megacowboy, vestindo armadura de carapaças de armadillo à prova de tiro, divide o mundo em adeptos do mal e cruzados do bem.Revestindo uma couraça de raios lazer à prova de bazucas, não ouve o clamor dos pais da pátria, ignora a biblioteca de Jefferson, ele próprio, arquiteto de sua mansão numa época em que se chegou a pensar em adotar o grego clássico, em vez do inglês, como idioma da nova república que antecipou a revolução francesa, que inspirou os libertadores da hispano-américa e os inconfidentes de Minas. O megamacrosuperherói do bem não está interessado em ouvir mais nada. Nem repara quando Martin Luther King apresenta afro-condolências a uma afro-americana condoleezza verde-hiraferrúgeo-parda como a estátua da liberdade vista de perto.O supermacromegacowboy vestido de "mariner" chegou ao limite. Seus olhos azuis são um frio risco de aço: basta de ônus onerosas e inoperosas! Basta de franceses amolecidos e decadentes e de alemães desleais!Vênias dadas ao trêfego blair e aos dois porta-vozes de eurodireita: o asinino Aznar, ostentando as medalhas do generalíssimo, e o mafioso Berlusconi, com bufos esgares de Mussolini.Os dois olhos azuis são agora um único risco de aço. O dedo no comando está prestes a apertar o botão. O ar tem um ataque cardíaco. A primeira bomba, como um ovo de assombro, tomba lá onde foi o Zigurat de Babel, ali onde a rainha Semíramis passava tardes amenas e odorantes em seus jardins suspensos.

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