quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


Eu nunca fui uma moça bem-comportada.
Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo.
(...) Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas.
Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar... Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo. Eu acredito em profundidades.
E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos.
São eles que me dão a dimensão do que sou.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

MINHA FALTA DE AFETO, TE AFETA?

A cada dia que passa tenho sinais de que o sentimento do afeto é fundamental para o bom relacionamento entre as pessoas. Ter afeto no sentido de ter afeição por alguém, ou até mesmo por inclinação, simpatia, amizade, amor e outros sentimentos similares, são comportamentos emocionais de uma sensação que une as pessoas. Não tenho dúvida de que é esse o elo entre as pessoas e o que nos faz sermos seres altamente sociáveis, ou seja, vivermos em grupo e sempre estarmos na companhia de alguém. Naturalmente entre as pessoas que nutrem esse sentimento de afeto, pois aquele que se isola, não teria condições de usufruir deste relacionamento prazeroso. Sinto-me uma pessoa assim, pois gosto de viver em grupos, necessito do feedback das pessoas e sempre quero estar em companhia de muitas pessoas. Sinto-me como um torcedor fanático que explode de emoção ao ver o gol do time em qualquer partida. Imagino que eu tenha afeto pelas pessoas que estimo.Certa vez o psicoterapeuta Ivan Capellato disse em uma de suas palestras que a relação do afeto está ligada ao fato deste sentimento afetar ou não outra pessoa. Naturalmente o trocadilho do título deste artigo é exatamente chamar a atenção para o sentimento amoroso com relação ao sentimento de interesse. Quem não tem afeto (sentimento) não é afetado (atingido). Gosto desta frase que de forma direta sintetiza muito bem a falta desta emoção que considero básica para uma pessoa do bem. Penso que tudo que quero, de fato, de bom para mim e para os outros, tem que afetar sobremaneira nossas vidas. O afetar neste sentido é fazer a diferença da ausência de um prazer em relação ao outro. Se uma pessoa que gosto está infeliz, isto tem que afetar-me, pois, do contrário o que sinto por esta pessoa na realidade não é tudo isso que imaginava ser.
Vou procurar fazer a seguinte pergunta, quando notar algo de estranho na pessoa que gosto: Se “tal pessoa” não está bem, isto me afeta? Se eu chegar a conclusão que não me afeta, será um sinal de que o afeto que tenho por ela não é tão significativo. Daí vou saber dosar para encontrar o ponto de equilíbrio suportável, afinal, devo preocupar-me com as pessoas que gosto, mas não ao ponto de colocar em risco a minha situação. Para eu poder ajudar, preciso estar forte e seguro, do contrário, sou eu quem precisa de ajuda.Quando percebo que uma atitude minha, boa ou ruim, afeta alguma pessoa, certamente devo sentir-me bem. É um sinal de que tenho um significado para aquela pessoa. É lógico que meu comportamento ruim é inconsciente, porque não faria isso de forma proposital se essa pessoa é relevante a mim. Assim sendo a pergunta se meu afeto é afetado pode ser feita tanto para as minhas ações, como para as ações dos outros, e desta forma, vou avaliando o grau de importância que cada pessoa tem em minha vida.Essa experiência parece-me interessante e assim sendo, sugiro que mais pessoas passem a questionar este tipo de situação, pois, segundo os estudiosos é uma excelente maneira de interagir de forma agradável com as pessoas que amamos. Será uma forma, também, de disciplinarmos nossos comportamentos perante os outros, uma vez que, sempre queremos agradar e jamais desejaríamos algo de ruim para aqueles que gostamos e queremos que permaneçam em nossa volta. Não tenho dúvidas que isso irá melhorar a visão que tenho das pessoas, e perceberei em breve que as pessoas também notarão a mudança em meu comportamento.
Não existe algo pior, no comportamento humano, do que a indiferença.
Vejo isso como algo nocivo nas relações entre pessoas e o pior dos piores sentimentos.
Conheci pessoas que se definharam por causa da indiferença alheia, como já assisti pessoas triunfarem com excessiva torcida.
Naturalmente aquele que venceu, era uma pessoa querida, enquanto que o outro, nem tanto assim. Desejar ser uma pessoa querida pelos outros, independente de quem seja, é o objetivo de todos. Se assim for, que passemos a questionar quem e o que nos afeta entre as pessoas que convivemos. Vamos procurar desenvolver o sentimento do afeto, afetando positivamente as pessoas, que certamente seremos afetados de forma agradável. Percebo que este tipo de sentimento afetivo só é correspondido com coisa boa, pois aquele que se preocupa com o outro, terá a preocupação dos demais. É uma troca de preocupação mútua.
É preciso colocar que todo sentimento exagerado torna-se doentio. Por isso, vamos com calma. Primeiro atinja o campo da observação, para na seqüência agir conforme a necessidade, dosando a retribuição com relação ao valor e ao significado que determinada pessoa tenha.
Cuidado, pois, muita preocupação e atenção provocam sentimentos contrários, sufocando e distanciando as pessoas, que um dia tiveram um sentimento bom entre elas.
Muito afeto, pode afetar a boa relação. Pense nisto.

SOME THINGS WILL NEVER CHANGE

Disse Saint Exupery, no clássico " O Pequeno Príncipe" : - "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

Confesso que vivi até hoje acreditando nisso, mas agora discordo.
Só uma pessoa realmente vazia em questão de sentimentos seria capaz de despertar a paixão em alguém para fazer esta mesma pessoa sofrer mais adiante.

Já cheguei até ouvir por aí que "fulana foi usada por fulano". Não costumo ir atrás desta história de "foi usada". No que se refere a adultos, todo mundo sabe mais ou menos onde está se metendo, ninguém é totalmente inocente. Se nos usam, algum consentimento a gente deu, mesmo sem ter assinado procuração. E se estamos assim tão desfrutáveis para o uso alheio, seguramente é porque estamos nos usando pouco.

Você se abriu praquele sentimento, criou expectativas, e agora que nada aconteceu como você imaginou a pessoa por quem você se apaixonou é culpada por isso? Se colocar sempre como vítima das situações não é um bom negócio.

Mais uma vez vou bater naquela tecla: PÉ NO CHÃO. MEIO-TERMO.
Porém, certas coisas só são fáceis na teoria.
Gostar de alguém é função do coração, mas esquecer, não. É tarefa da nossa cabecinha, que aliás é nossa em termos: tem alguma coisa lá dentro que age por conta própria, sem dar satisfação. Quem dera um esforço de conscientização resolvesse o assunto.
Mesmo assim é tudo culpa nossa, e de mais ninguém.

... A diferença do remédio e do veneno está na dose...
E eu exagerei na dose, de novo.
" That's just the way it is. Some things will never change. "
Será que você ainda vai me amar amanhã de manhã? E em todas as manhãs? Será?

Desculpe o medo e a dúvida, mas todo ser humano teme o novo. Nada que não tenhamos sentido antes, ou escrito, mas mais uma vez, o que pontua minha vida em momentos e me joga para a frente pra cair de cara (ou não) é a vontade. Seja para chorar o inferno próximo, seja para me sufocar de você querendo todos os meus ângulos, ou quem sabe seja para ser feliz: Estou chegando. Cheia energia, presa num interesse congelado que grudei nos seus olhos, e ainda me pergunto: Minha clareza não te cegou?

Minha energia em potencial, louca para cair de um longo prédio de andares divertidos e morrer tristemente no vazio de um fim certo para um sonho improvável, está zerada na espera de um estalar de dedos. Pois basta que estale os dedos e olhe para o chão e eu estarei ali, arrastada em possibilidades e forte em atração para subir até o andar para o qual você me der asas. Sei, como sempre soube desde que tomei noção do crescimento da nossa existência dentro da minha história, que vou me estabacar em pedaços mais uma vez. Mas sei que os juntarei novamente, nos jurando preservação. E, assim que estiver inteira, estarei novamente cheia de vontade de sair dando encontrões com você e esse mundo todo novo que me espera. Este mundo que insiste em inventar leis, regras, juramentos e instituições, que insiste em perder para seres apaixonados que juram, até para Deus, que nada pode ser mais sagrado do que a fidelidade aos hormônios.

Clichês me embrulham o estômago, mas resumindo: Que seja eterno enquando dure, né?!
Não, não tente se desculpar.
Não volte a insistir.
Os pretextos já existiam antes de você...

Não, não me olhe como antes.
Não fale no plural.
A retórica é sua arma mais letal.

Vou te pedir que não volte mais.
Sinto que você me dói ainda aqui... Dentro.
E que na sua idade já saiba bem o que é, partir o coração de alguém assim!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A PAIXÃO AVASSALA....

Entra assim, sem pedir licença. Não bate na porta, não tem preparo, não traz sinais.
Quando é notada, já te ocupou por inteiro...E o primeiro sintoma já denota sua existência.
Mas a paixão não era uma dúvida? E não deixa de ser. Estar apaixonado é não ter certeza nenhuma:

"Será que preciso daquela pessoa?"
"Será que isso não vai passar?"
"Será que a amo?"
"Será que é recíproco?"
"Por que a quero?"
"Por que sinto tanto desejo?"
"Por que ela?"

Ah, como é gostoso se apaixonar!
Muitas e tantas vezes. Para aprender, para ensinar, para ter dúvidas e nenhuma certeza.
É o jeito de olhar, a forma de rir. A tentação, a vontade, o desejo incontrolável.
A paixão tem a ver com o cheiro da pele, com o penteado, com as roupas, com as gírias, com as manias e com o humor... Estar apaixonado é pensar sem parar, é querer toda hora, é não conseguir ficar sem... É desespero de tanta vontade de ter por perto. É duvidar e não ter a certeza se vale a pena tentar.
A paixão é tão traiçoeira, inteligente, exigente, e misteriosa, fantasticamente gostosa!
O dom é apaixonar-se todos os dias pelas as mesmas pessoas!

Como se mede uma pessoa?

Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.
Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições?
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.

Portanto renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Doe-se menos!!

Meio-termo: Palavra que vou colar na porta do meu quarto, para olhar todos os dias quando acordar e quem sabe com a insistência ela entra na minha cabeça.
Um defeito meu: o exagero.
Sou over em quase tudo que faço, e isso é mal.

A maioria das pessoas não merecem nem o mínimo da gente, que dirá então o máximo.
E há outras então que quando você dá a mão querem o braço e o corpo todo. Eu não acredito em gnomos ou duendes, mas vampiros existem.
Esta é uma historinha de terror que se repete ano após ano, por séculos - Relações vampirescas: o morcegão surge com uma carinha de fome e cansaço, como se não tivesse dormido a noite toda, e você se oferece para uma conversa, um abraço, uma força.
Aí ele se revitaliza e bate as asinhas.
Acontece em São Paulo, Manaus, Recife, Florianópolis, em todo lugar, não só na Transilvânia.
E ocorre também entre amigos, entre colegas de trabalho, entre familiares, não só nas relações de amor.

Doe sangue para hospitais.
Dê seu sangue por um projeto de vida, por um sonho.
Mas não doe para aqueles que sempre, sempre, sempre vão lhe pedir mais e lhe retribuir jamais.

Do meu melhor apenas eu desfrutarei. E tenho dito.
Se tu vens às quatro da tarde,
desde às três eu começarei a ser feliz.
Se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.