segunda-feira, 24 de março de 2008

TUA MENTE


Não,

não deixes

teu pescoço

aos grilhões

da sorte.

Mas

deixa

tua mente

destemida

cavalgar

triunfante

sobre

todos

os

azares.

RUAS DE OUTONO


Nas ruas de outono

Os meus passos vão ficar

E todo abandono

que eu sentia vai passar

As folhas pelo chão

Que um dia o vento vai levar

Meus olhos só verão

que tudo poderá mudar


Daria pra escrever um livro

Se eu fosse contar

Tudo que passei

antes de te encontrar

Pego sua mão

e peço pra me escutar

Seu olhar me diz

que você quer me acompanhar



Eu voltei

por entre as flores

da estrada

Pra dizer

que sem você

não há mais nada

Quero ter você

bem mais que perto

Com você eu sinto o céu aberto...

SÓ DE SACANAGEM

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Tudo isso que está aí no ar,
Malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro,
Do meu dinheiro,
do nosso dinheiro
Que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós,
Para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais,
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade
E eu não posso mais.
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis
Existem para aperfeiçoar o aprendiz,
Mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros
Venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro,
A luz é simples,
Regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó
E os justos que os precederam:"Não roubarás","Devolva o lápis do coleguinha","Esse apontador não é seu, minha filha".
Pois bem, se mexeram comigo,
Com a velha e fiel fé do meu povo sofrido,
Então agora eu vou sacanear:Mais honesta ainda eu vou ficar.
Só de sacanagem!
Dirão:“Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba”
E eu vou dizer:Não importa, será esse o meu carnaval,
Vou confiar mais e outra vez.
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos,
Vamos pagar limpo a quem a gente deve
E receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre,
Ético e o escambau.
Dirão:"É inútil, todo o mundo aqui é corrupto,
Desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
Eu direi:Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito,
ouviram?
IMORTAL!
Sei que
não dá para mudar
o começo
Mas,
se a gente quiser,
Vai dar
para mudar
o final!

domingo, 23 de março de 2008

ALONE


I look at you
and see
Someone i don't wanna be
And its taking me
too long to realize
I'm better off alone
All the times
that you told me lies
And you know
that it happend
too many times
And its time
that i realize
I'm better off alone
I'm leaving you now
I want you to know
I know what i want
and i knew all along
I couldn't let go
but i'm not gonna
stay anymore
So i'm leaving baby
I can not forget
all the pain that i've had
All the things
that you said
How you're
making me
mad
And
you've made me
feel
bad
all alone
This time
i'm moving on
I am leaving you
this time
I'm not letting you
play with my mind
And
i moving
with my life
This time
i leaving you behind
All the times
that you told me lies
And you know
that it happend
too many
times
And
this time
that i realize
Im better
off alone

I WALK....


DÚVIDAS


PAREI!!!


Eu
não
sou
self-service!
Parei
com
o
tempo
de
agradar-te
porque
agora
afundo
em
mim!

quarta-feira, 19 de março de 2008

EU NÃO SOU SELF SERVICE

Cansei. Cansou-me. Cansada.
Cansei de telefonar. E de esperar telefonemas.
Cansei de mandar e-mails, scraps, cartas, etc.
Cansei de me preocupar.
Cansei de ser solícita e prestativa.
Cansei de ser agradável.
Cansei de ser o balcão de informações.
cansei de investir.
Cansei de ser sexy.
Cansei de ouvir.
Casei de ser boazinha.
Serei mais seletiva.
Eu não sou self-service!!!

sexta-feira, 7 de março de 2008

O TEMPO

O tempo é indivisível.
Diz:
qual
o
sentido
do
calendário?
Tombam as folhas
mas fica a árvore,
contra o vento
incerto e vário.
A vida é indivisível.
Mesmo
a que se julga mais
dispersa
e pertence
a um eterno diálogo,
a mais
inconseqüente
conversa.
Todos os poemas
são um mesmo poema,
todos os porres
são o mesmo porre.
Não é de uma vez que se morre...
todas
as
horas
são
extremas!

PROVOCAÇÕES


A primeira provocação ele agüentou calado. Na verdade, gritou e esperneou. Mas todos os bebês fazem assim, mesmo os que nascem em maternidade, ajudados por especialistas. E não como ele, numa toca, aparado só pelo chão.

A segunda provocação foi a alimentação que lhe deram, depois do leite da mãe. Uma porcaria. Não reclamou porque não era disso.

Outra provocação foi perder a metade dos seus dez irmãos, por doença e falta de atendimento. Não gostou nada daquilo. Mas ficou firme. Era de boa paz.

Foram lhe provocando por toda a vida.

Não pode ir a escola porque tinha que ajudar na roça. Tudo bem, gostava da roça. Mas aí lhe tiraram a roça.

Na cidade, para aonde teve que ir com a família, era provocação de tudo que era lado. Resistiu a todas. Morar em barraco. Depois perder o barraco, que estava onde não podia estar. Ir para um barraco pior. Ficou firme.

Queria um emprego, só conseguiu um subemprego. Queria casar, conseguiu uma submulher. Tiveram subfilhos. Subnutridos. Para conseguir ajuda, só entrando em fila. E a ajuda não ajudava.

Estavam lhe provocando.

Gostava da roça. O negócio dele era a roça. Queria voltar pra roça.

Ouvira falar de uma tal reforma agrária. Não sabia bem o que era. Parece que a idéia era lhe dar uma terrinha. Se não era outra provocação, era uma boa.

Terra era o que não faltava.

Passou anos ouvindo falar em reforma agrária. Em voltar à terra. Em ter a terra que nunca tivera. Amanhã. No próximo ano. No próximo governo. Concluiu que era provocação. Mais uma.

Finalmente ouviu dizer que desta vez a reforma agrária vinha mesmo. Para valer. Garantida. Se animou. Se mobilizou. Pegou a enxada e foi brigar pelo que pudesse conseguir. Estava disposto a aceitar qualquer coisa. Só não estava mais disposto a aceitar provocação.

Aí ouviu que a reforma agrária não era bem assim. Talvez amanhã. Talvez no próximo ano... Então protestou.

Na décima milésima provocação, reagiu. E ouviu espantado, as pessoas dizerem, horrorizadas com ele:

- Violência, não!

quinta-feira, 6 de março de 2008

EU FALO SÉRIO

Vivo dias
esperando
noticias boas.
Uma grande ideia,
uma pessoa
Que me mostre
algo melhor;
Que me faça
mais feliz,
Me tire do serio,
do certo,
do tédio.
Quero dar uma
mudada na minha vida;
Outros espaços,
uma saida.
Não me deixe
enlouquecer,
cadê você?
Eu não vou envelhecer
nessa
selva
de
concreto!
Eu falo sério!
Eu mudo o canal,
eu leio o jornal,
eu tento me distrair,
Eu tenho
pouco tempo
pra ficar assim.
Eu falo sério
Eu corro pro mar,
eu quero pensar,
Eu viro a página,
E nesse sonho,
vejo você chegar.

quarta-feira, 5 de março de 2008

É PRECISO BURLAR

Num caminho torto
A passos trôpegos
Cada um vai seguindo
O seu destino torpe
Ditando regras
Maldizendo as Leis
Burlando-as, também,
E por que não?!
A quem foi dado o direito
De se intrometer
Na vida um do outro?
Mas isso é de Lei
Dirá o filósofo
E
Com razão
Todos dirão
Que de louco
Todo mundo
Tem um pouco!

SUMAM!

Não deixarei
impostores
furtarem
meu
coraçao!
e
minha
visao
não
será
contaminada
pelo
tédio.

domingo, 2 de março de 2008

...MÃE..ARTISTA...DO...AMOR...


Nunca cursou artes, nem dramaturgia.
mas sempre ensinou contos, músicas e poesias.
Mesmo não sendo médica nem psicanalista,
Muitas dores já aliviou.
Teu colo como divã alguém deitou e chorou, chorou...
Não aprendeu técnica vocal.
Muito menos opereta,
Mas já embalou sono,
Cantando "BOI DA CARA PRETA."
Nem sempre foste à escola,
Por causa da tua lida.
Mas ensinas com amor, o ABC da vida.
Não és cartomante, jamais fizeste magia.
Mas, sabes ler com o coração,
Uma tristeza e uma alegria.
Mãe, teu lar é o cenário
teus filhos são os fãs
Pois sabes sorrir chorando
No lamento e na dor.
E no palco da vida
Tu és a ARTISTA DO AMOR.

BEBA FERNANDO PESSOA

Há um tempo
em que
é preciso
abandonar
as roupas usadas
que já têm
a forma
de
nossos
corpos
e
esquecer
os nossos caminhos
que nos levam
sempre
aos
mesmos
lugares.
É
o
tempo
da
travessia.
E se
não ousarmos
fazê-la
teremos
ficado
para sempre
à margem
de
nós
mesmos.

VIVER

Meu ofício,
minha arte,
é viver.
Quem me censura
por falar de mim,
de minha vida
e de
meus
próprios
sentimentos,
que vá proibir
um arquiteto de se referir
às suas próprias construções.
Eu me mostro por inteiro,
como peça anatômica,
cujas veias,
músculos,
tendões,
são visíveis
em seus lugares.
Mas
as pulsações
e o que se passa
dentro de mim,
estes são eu mesmo.
É sobre
eles
que falo,
sobre minha essência.