sexta-feira, 27 de março de 2009
O Brasil cresceu visivelmente nos últimos 80 anos.
Cresceu mal, porém.
Cresceu como um boi mantido, desde bezerro,
dentro de uma jaula de ferro.
Nossa jaula são as estruturas sociais medíocres,
inscritas nas leis, para compor um país da pobreza
na província mais bela da terra.
Sendo assim, no Brasil do futuro,
a maioria da gente nascerá e viverá nas ruas,
em fome canina e ignorância figadal,
enquanto a minoria rica, com medo dos pobres,
se recolherá em confortáveis campos de concentração,
cercados de arame farpado e eletrificado.
Entretanto, é tão fácil nos livrarmos dessas teias,
e tão necessário, que dói em nós... a nossa conivência culposa.
Cresceu mal, porém.
Cresceu como um boi mantido, desde bezerro,
dentro de uma jaula de ferro.
Nossa jaula são as estruturas sociais medíocres,
inscritas nas leis, para compor um país da pobreza
na província mais bela da terra.
Sendo assim, no Brasil do futuro,
a maioria da gente nascerá e viverá nas ruas,
em fome canina e ignorância figadal,
enquanto a minoria rica, com medo dos pobres,
se recolherá em confortáveis campos de concentração,
cercados de arame farpado e eletrificado.
Entretanto, é tão fácil nos livrarmos dessas teias,
e tão necessário, que dói em nós... a nossa conivência culposa.
Especular sobre os devaneios das outras pessoas sempre
vai te fazer pequeno.
Pensar, simples e involuntariamente,
já esmaga muito do que você acredita,
criando outras certezas que serão esmagadas um pouco depois.
É difícil acreditar em algo que exponha
o que você realmente é.
É difícil, impossível, ser uma coisa só.
Talvez por isso algumas pessoas falem pouco,
valorizando o poder do silêncio.
Talvez por isso algumas pessoas falem e riam tanto,
mostrando a coragem que querem mostrar que tem, de ser... seja lá o que for.
Mentimos pra nós mesmos, muitas vezes, só para nos convencermos
de que somos tal coisa, de que nunca mudamos ou de que agora somos totalmente diferentes.
A verdade é que a nossa existência depende essencialmente da existência dos outros.
Nós somos tudo o que vimos, tudo do que gostamos, tudo o que
fizemos e que normalmente não faríamos.
Nós somos aquele calafrio que se sente por alguém com quem
você nunca conversou e que nem faz seu tipo, aquela alegria que vem sem explicação, durante o dia mais sem graça, o envolvimento com as personagens de um livro.
Ser é como amar, como ter esperança, essas coisas que não dão
pra tocar e das quais a gente vive apanhando.
vai te fazer pequeno.
Pensar, simples e involuntariamente,
já esmaga muito do que você acredita,
criando outras certezas que serão esmagadas um pouco depois.
É difícil acreditar em algo que exponha
o que você realmente é.
É difícil, impossível, ser uma coisa só.
Talvez por isso algumas pessoas falem pouco,
valorizando o poder do silêncio.
Talvez por isso algumas pessoas falem e riam tanto,
mostrando a coragem que querem mostrar que tem, de ser... seja lá o que for.
Mentimos pra nós mesmos, muitas vezes, só para nos convencermos
de que somos tal coisa, de que nunca mudamos ou de que agora somos totalmente diferentes.
A verdade é que a nossa existência depende essencialmente da existência dos outros.
Nós somos tudo o que vimos, tudo do que gostamos, tudo o que
fizemos e que normalmente não faríamos.
Nós somos aquele calafrio que se sente por alguém com quem
você nunca conversou e que nem faz seu tipo, aquela alegria que vem sem explicação, durante o dia mais sem graça, o envolvimento com as personagens de um livro.
Ser é como amar, como ter esperança, essas coisas que não dão
pra tocar e das quais a gente vive apanhando.
segunda-feira, 23 de março de 2009
HERE
IS
NOT
THE
MOTHER
JOHANNE'S
HOUSE.
(aqui não é a casa da mãe Joana)
"Casa da mãe Joana" é uma expressão usada como sinônimo de desorganização.
Significa o lugar ou situação onde vale tudo, sem ordem, onde predomina a confusão, a balburdia e a desorganização.
Sua origem remonta ao século 14.
Ensina Câmara Cascudo que a expressão se deve a Joana, cujo nome completo se desconhece, que viveu na Idade Média entre 1326 e 1382 e foi rainha de Nápoles e condessa de Provença. Teve uma vida atribulada e em 1346 passou a residir em Avignon, na França, segundo alguns autores por ter se envolvido em uma conspiração em Nápoles de que resultou a morte de seu marido, segundo outros por ter sido exilada pela Igreja por causa de sua vida desregrada e permissiva.Em 1347, aos 21 anos, Joana regulamentou os bordéis da cidade onde vivia refugiada.
Uma das normas dizia: "o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar." Transposta para Portugal, a expressão paço-da-mãe-joana virou sinônimo de prostíbulo.
Trazida para o Brasil, o termo paço, por não ser da linguagem popular, foi substituído por casa e casa-da—mãe–joana e serviu, por extensão, para indicar o lugar ou situação em que cada um faz o que quer, onde imperam a desordem, a desorganização.
Uma variante chula da expressão é **-da-mãe-joana.
IS
NOT
THE
MOTHER
JOHANNE'S
HOUSE.
(aqui não é a casa da mãe Joana)
"Casa da mãe Joana" é uma expressão usada como sinônimo de desorganização.
Significa o lugar ou situação onde vale tudo, sem ordem, onde predomina a confusão, a balburdia e a desorganização.
Sua origem remonta ao século 14.
Ensina Câmara Cascudo que a expressão se deve a Joana, cujo nome completo se desconhece, que viveu na Idade Média entre 1326 e 1382 e foi rainha de Nápoles e condessa de Provença. Teve uma vida atribulada e em 1346 passou a residir em Avignon, na França, segundo alguns autores por ter se envolvido em uma conspiração em Nápoles de que resultou a morte de seu marido, segundo outros por ter sido exilada pela Igreja por causa de sua vida desregrada e permissiva.Em 1347, aos 21 anos, Joana regulamentou os bordéis da cidade onde vivia refugiada.
Uma das normas dizia: "o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar." Transposta para Portugal, a expressão paço-da-mãe-joana virou sinônimo de prostíbulo.
Trazida para o Brasil, o termo paço, por não ser da linguagem popular, foi substituído por casa e casa-da—mãe–joana e serviu, por extensão, para indicar o lugar ou situação em que cada um faz o que quer, onde imperam a desordem, a desorganização.
Uma variante chula da expressão é **-da-mãe-joana.
sábado, 14 de março de 2009
Já somos o esquecimento que seremos,
a poeira elementar que nos ignora,
que não foi Adão e que é agora todos os homens.
Somos apenas duas datas:
a do princípio e a do término.
Não sou o insensato que se aferra
ao mágico som de seu próprio nome.
Penso com esperança naquele homem
que não saberá o que fui sobre a terra.
Abaixo do indiferente azul do céu,
esta meditação é um consolo.
a poeira elementar que nos ignora,
que não foi Adão e que é agora todos os homens.
Somos apenas duas datas:
a do princípio e a do término.
Não sou o insensato que se aferra
ao mágico som de seu próprio nome.
Penso com esperança naquele homem
que não saberá o que fui sobre a terra.
Abaixo do indiferente azul do céu,
esta meditação é um consolo.
quinta-feira, 12 de março de 2009
Amor, não tem que se acabar
Eu quero e sei que vou ficar
Até o fim, eu vou te amar
Até que a vida em mim resolva se apagar
Amor é como a rosa num jardim
A gente cuida, a gente olha,
A gente deixa o sol bater pra crescer, pra crescer
A rosa do amor tem sempre que crescer
A rosa do amor não vai despetalar
Pra quem cuida bem da rosa
Pra quem sabe cultivar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Eu quero e sei que vou ficar
Até o fim, eu vou te amar
Até que a vida em mim resolva se apagar
Amor é como a rosa num jardim
A gente cuida, a gente olha,
A gente deixa o sol bater pra crescer, pra crescer
A rosa do amor tem sempre que crescer
A rosa do amor não vai despetalar
Pra quem cuida bem da rosa
Pra quem sabe cultivar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
quinta-feira, 5 de março de 2009
Não tenhas nada nas mãos nem uma memória na alma,
que quando te puserem nas mãos o óbolo último,
ao abrirem-te as mãos nada te cairá.
Que trono te querem dar que átropos to não tire?
Que louros que não fanem nos arbítrios de minos?
Que horas que te não tornem
da estatura da sombra.
Que serás quando foresna noite e ao fim da estrada.
Colhe as flores mas larga-as, das mãos mal as olhaste.
Senta-te ao sol.
Abdica e sê rei de ti próprio.
que quando te puserem nas mãos o óbolo último,
ao abrirem-te as mãos nada te cairá.
Que trono te querem dar que átropos to não tire?
Que louros que não fanem nos arbítrios de minos?
Que horas que te não tornem
da estatura da sombra.
Que serás quando foresna noite e ao fim da estrada.
Colhe as flores mas larga-as, das mãos mal as olhaste.
Senta-te ao sol.
Abdica e sê rei de ti próprio.
Febre,
hemoptiase,
dispinéia
e suores noturnos.
A vida inteira que podia
ter sido e não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
- Diga trinta e três.
- Trinta e três....
trinta e três..
.trinta e três...
- Respire
...........................
.- O Sr. Tem uma exvacuação
no pulmão esquerdo e
o pulmão direito infiltrado.
- Então, doutor,
não é possível tentar o pneumotórax?
- Não.
A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
hemoptiase,
dispinéia
e suores noturnos.
A vida inteira que podia
ter sido e não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
- Diga trinta e três.
- Trinta e três....
trinta e três..
.trinta e três...
- Respire
...........................
.- O Sr. Tem uma exvacuação
no pulmão esquerdo e
o pulmão direito infiltrado.
- Então, doutor,
não é possível tentar o pneumotórax?
- Não.
A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Nós vamos ensinar você o fervor.Nossos atos se prendem a nós,
como ao fósforo sua luz.
Nos consomeé verdade,mas fazem nosso esplendor.
E se nossa alma valeu alguma coisaé por ter ardido mais
intensamente do que outras.
Vamos ensinar a você o fervor.
Uma existência patética.
Não a tranquilidade.Ser tranquilo é ser trágico.
Eu não almejo outro repouso que o sono da morte.
Espero depois de ter exprimido nesta terratudo
que havia em mim.
Satisfeito morreu completamente.
Desesperado por fazer ainda mais.
Nossa vida há de ser diante de nós como
um copo de água gelada.
O copo úmido nas mãos de quem tem febre
e quer beber,e bebe tudo de uma vez.
Sabendo que devia guardar,
mas não podendo tirar dos lábios o copo delicioso.
Tão fresca é a água e tão apaziguadora da sede.
como ao fósforo sua luz.
Nos consomeé verdade,mas fazem nosso esplendor.
E se nossa alma valeu alguma coisaé por ter ardido mais
intensamente do que outras.
Vamos ensinar a você o fervor.
Uma existência patética.
Não a tranquilidade.Ser tranquilo é ser trágico.
Eu não almejo outro repouso que o sono da morte.
Espero depois de ter exprimido nesta terratudo
que havia em mim.
Satisfeito morreu completamente.
Desesperado por fazer ainda mais.
Nossa vida há de ser diante de nós como
um copo de água gelada.
O copo úmido nas mãos de quem tem febre
e quer beber,e bebe tudo de uma vez.
Sabendo que devia guardar,
mas não podendo tirar dos lábios o copo delicioso.
Tão fresca é a água e tão apaziguadora da sede.
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