sexta-feira, 27 de março de 2009

Especular sobre os devaneios das outras pessoas sempre
vai te fazer pequeno.
Pensar, simples e involuntariamente,
já esmaga muito do que você acredita,
criando outras certezas que serão esmagadas um pouco depois.

É difícil acreditar em algo que exponha
o que você realmente é.
É difícil, impossível, ser uma coisa só.

Talvez por isso algumas pessoas falem pouco,
valorizando o poder do silêncio.
Talvez por isso algumas pessoas falem e riam tanto,
mostrando a coragem que querem mostrar que tem, de ser... seja lá o que for.

Mentimos pra nós mesmos, muitas vezes, só para nos convencermos
de que somos tal coisa, de que nunca mudamos ou de que agora somos totalmente diferentes.

A verdade é que a nossa existência depende essencialmente da existência dos outros.

Nós somos tudo o que vimos, tudo do que gostamos, tudo o que
fizemos e que normalmente não faríamos.
Nós somos aquele calafrio que se sente por alguém com quem
você nunca conversou e que nem faz seu tipo, aquela alegria que vem sem explicação, durante o dia mais sem graça, o envolvimento com as personagens de um livro.

Ser é como amar, como ter esperança, essas coisas que não dão
pra tocar e das quais a gente vive apanhando.

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