Andava com mania de suicídio e com crises de depressão aguda;
não suportava ajuntamentos, acima de tudo, não tolerava entrar em fila comprida pra esperar seja lá o que fosse.
E é nisso que toda a sociedade está se transformando: em longas filas à espera de alguma coisa.
Tentou se matar e não conseguiu.
Mas tinha outro problema. Levantar da cama. Sempre teve ódio disso. Vivia afirmando: "as duas maiores invenções da humanidade foram a cama e a bomba atômica; não saindo da primeira, a gente se salva, e, soltando a segunda, se acaba com tudo".
Acharam que estava louca:
- 'Brincadeira de criança, é só disso que essa gente entende: brincadeira de criança - passam da placenta pro túmulo sem nem se abalar com este horror que é a vida'.
Sim, odiava ter que levantar da cama de manhã. Significava que a vida ia recomeçar e depois que se passa a noite inteira dormindo cria-se uma espécie de intimidade especial que fica muito mais dificíl de abrir mão.
Sempre foi solitária.
Sempre foi solitária.
Pedia desculpas: 'creio que não regulo bem da cabeça, mas a verdade é que, se não fosse por uma que outra trepadinha legal, não me faria a mínima diferença se todas as pessoas do mundo morressem'.
É, eu sei que isso não é uma atitude simpática.
Mas fico toda refestelada aqui dentro do meu caracol!!
Afinal de contas, viver é desistir!
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