Cá entre nós, quem se preocupa com essa cena literária que vivemos?
É um caos perfeito que vejo acontecendo diariamente: essa gente toda pomposa, de perfume francês, inglês, burguês e livros próprios reunindo-se em torno do próprio ego.
Quem nos dera pudéssemos voltar aos tempos de vovó e ver a união que havia entre estudantes, velhos e quem mais quisesse dar a cara à tapa por uns bons versos engajados.
Acontece um sarau aqui e outro ali em muitas cidades...e em outras nem se sabe o que significa tal movimento.
É movimento? E mais que isso, é atitude. Atitude de falar do atual prefeito, da saúde e da educação que estão jogadas na sarjeta, de fazer belos versos apontando na cara a verdade que o amor existe sim, de tocar músicas com violão velho e coração sempre renovado, atitude de abraçar genuinamente os companheiros de luta cultural e tantas outras atitudes que andam perdidas pela frieza humana.
Lutando e mostrando virtual e realmente que a palavra/poesia tem voz vão alguns procurando [ou enfiando-se em ] eventos culturais produzidos pelo próprio meio [vulgo, os loucos da arte]. Isso é bom mas muito pouco, pois há muito talento preso, suprimido e espremido no meio dessa sociedade de gente rica em alienação cultural.
Apelar para quem? Poder público? Centro Cultural? Associações? Deixo minha reticências para quem deixa a cultura à deriva.
Confusão de idéias e ações culturais não se concretizam ao contrário daquele aglomerado de pessoas orientais que se juntam num propósito anualmente – ao menos eles conseguem [ou tentam] se realizarem; enquanto essa cena literária regional continua a pagar o dízimo da ignorância.
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